"Nova Economia" em pauta - 2ª Parte

Diretor da Coppe chama a atenção para o potencial hídrico brasileiro
Mesmo sendo o país com o maior volume de água dos rios ao seu dispor no mundo, o Brasil ocupa apenas a quarta posição na quantidade de energia advinda das hidrelétricas.

Em suas primeiras palavras, o diretor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa, enfatizou que o Brasil é exemplo para o mundo em matéria de energia renovável. Com 45% de participação na geração da energia elétrica nacional, as fontes renováveis, com destaque para as hidrelétricas, colocam os brasileiros, na comparação com os outros países, na posição de liderança. Ainda segundo os slides mostrados pelo professor, o mundo utiliza apenas 10% da energia vinda de fontes limpas, e os países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), somente 5%.

“O Brasil possui o maior potencial hídrico do mundo. Mas, em termos de hidrelétricas construídas, está atrás de outros países”, disse Rosa. Levando em conta os números de 2005 divulgados pela IEA (Agência Internacional de Energia, na sigla em inglês), o Brasil aparece na quarta posição, com 71.060 MW de capacidade instalada, atrás de Canadá, Estados Unidos e a líder China, que possui 100.000 MW em funcionamento.

Para o professor, que exerce o cargo de secretário-executivo do Fórum Brasileiro de Mudança Climática, o governo brasileiro está mudando sua posição em relação aos desafios ambientais. “O governo está mudando sua posição. A concordância com o perigo de aumento da temperatura em dois graus é uma indicação. O Brasil vai defender o princípio da responsabilidade comum, porém diferenciada”, afirmou.

Essa ideia consiste em responsabilizar os países ricos pela poluição causada pelo desenvolvimento da economia nos anos anteriores. Assim, os países em desenvolvimento, ao contrário dos desenvolvidos, não terão metas obrigatórias de redução, cabendo a eles sugerir a diminuição das emissões para os empresários locais.

Uma possibilidade interessante, segundo o professor, para diminuir as emissões dos gases-estufa é a utilização da energia elétrica advinda do lixo. “Utilizar o lixo para obter energia evita a emissão descontrolada de metano nos aterros sanitários”, garantiu. “O petróleo pré-sal tem um potencial enorme para financiar a adoção dos diferentes tipos de energia renovável”, completou.

No final da apresentação, Rosa mostrou alguns projetos que estão sendo desenvolvidos pelo instituto de engenharia da UFRJ. O protótipo do ônibus movido a hidrogênio, com autonomia de 100 km, está pronto. “Estamos aguardando o interesse dos empresários em adotar essa tecnologia no dia a dia”, disse. Já o trem de levitação magnética, com velocidade de 70 km/h, está prestes a ser construído pelos alunos da Coppe.

Na próxima publicação, você vai ler o que disse Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), durante o seminário.

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1 comentários:

Claudia Dela Páscoa disse...

A fim de diminuir a emissão de gases estufa, o governo federal deveria investir pesado na construção de hidrelétricas na Amazônia, haja vista que embora a região conte com a maior bacia hidrográfica do planeta utiliza energia altamente poluidora, advinda de termelétricas.