Sistema financeiro

Taxa Tobin volta a ser mencionada por autoridade financeira
Presidente da agência reguladora britânica se manifesta a favor da criação do imposto sobre as transações do mercado.

O presidente da Financial Services Authority (FSA), agência reguladora do sistema financeiro britânico, propôs a criação de uma taxa global sobre as transações financeiras, como forma de diminuir os nefastos impactos do capital irresponsável chamado de especulativo. Adair Turner disse que as atividades financeiras estão superdimensionadas, já que os executivos, mesmo em tempos de crise econômica, continuam recebendo altos salários, situação que exige uma resposta adequada dos governos.

“Se queremos coibir as remunerações excessivas no mercado financeiro, precisamos reduzir o tamanho desse setor ou aplicar impostos especiais sobre os lucros”, disse Turner em entrevista à revista inglesa Prospect.

A ideia de taxar a atividade financeira não é nova. Há mais de trinta anos, o americano James Tobin, ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 1981, um ferrenho crítico do capitalismo sem a presença de limites impostos por organismos do Estado, propôs a criação da Taxa Tobin. Por meio dela, o governo cobraria imposto sobre 1% do valor das transações financeiras. Levando em consideração o tamanho do sistema financeiro internacional atualmente, a arrecadação poderia atingir cerca de US$ 170 bilhões por ano. Esse dinheiro, de acordo com a proposta de Tobin, seria remetido ao fundo mundial de combate à pobreza.

Os franceses, ao lado dos partidos de esquerda portugueses, sempre concordaram com a proposta. Como consequência, a indústria financeira lança vez ou outra palavras de ataque aos dois países. Agora, com a economia sofrendo os reflexos da ambição desmedida dos agentes financeiros, crise iniciada no mercado imobiliário americano, outros países estão um pouco mais simpáticos à ideia da taxação.

A contração do PIB (Produto Interno Bruto), soma da riqueza gerada pelos serviços e produtos disponibilizados por um país, da Grã-Bretanha no segundo trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado, foi de 5,5%, a pior taxa da série histórica iniciada em 1955.

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1 comentários:

Claudia Dela Páscoa disse...

Como se vê, a ideia de taxar a atividade financeira já tem mais de trinta anos e nada se concretizou a respeito. Talvez porque o objetivo seja reverter a arrecadação para o combate à pobreza mundial. Certamente que a aplicação de cerca de US$ 170 bilhões por ano no combate à pobreza beneficiaria milhões de pessoas. Entretanto, infelizmente, tal assunto não é prioridade para os governantes das nações mais ricas...