Quando o lucro prevalece...

Uso do hormônio artificial nas vacas pode contaminar o leite
Desenvolvido pela Monsanto, o Posilac aumenta a produção de leite, mas faz com que as infecções nos animais sejam muito mais comuns.

Para aumentar a produção de leite das vacas, a Monsanto, gigante industrial da agricultura e da biotecnologia, desenvolveu há alguns anos um hormônio. De fácil aplicação nos animais, o rBST (substância somatotropina bovina recombinante) faz com que os produtores aumentem seu faturamento, já que vão vender um volume cerca de 10% maior de leite.

Mas o Posilac, nome comercial do rBST, enfraquece o sistema imunológico da vaca, causando, com frequência, uma série de graves problemas, com destaque para dificuldade de reprodução e mastite, uma inflamação da glândula mamária cujos agentes infecciosos são bactérias. Nos momentos críticos da doença, o animal sente uma dor intensa e o úbere, região das tetas, apresenta grumos, pus e sangue. O leite retirado durante esse período está contaminado, porque a quantidade de bactérias é muito maior do que a encontrada quando a vaca está sadia.

Outro problema do hormônio artificial está na possibilidade de desenvolver, com o passar do tempo, até mesmo câncer no organismo humano. Por ser geneticamente modificado, alterando as características naturais da própria vaca, os críticos dizem que o consumo é prejudicial.

Já a multinacional argumenta que laboratórios americanos e instituições de pesquisa fizeram os testes para comparar as vacas que não usaram hormônio com aquelas que sofreram aplicação da droga. O resultado, segundo a Monsanto, foi que o leite de ambas não oferece riscos para a saúde. “O leite de vacas tratadas (com o Posilac) é tão seguro quanto o leite de vacas não tratadas. Isso foi confirmado pela Food and Drug Administration dos Estados Unidos (FDA), pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pela Associação Médica Americana, pela Associação Dietética Americana e pelos órgãos regulatórios de 30 países”, afirma em um dos textos sobre o assunto no site corporativo.

Mesmo com os testes que a empresa alega terem sido feitos, Austrália, Canadá, Japão, Nova Zelândia e os países da União Europeia baniram o uso do produto, justificando a medida pelos impactos causados na saúde do animal e das pessoas. De acordo com a Federação Nacional de Produtores de Leite dos Estados Unidos, perto de 430 milhões de galões de leite por ano foram distribuídos nas escolas, através dos programas financiados pelo governo, entre 2005 e 2006. Provavelmente, uma parte significativa disso foi produzida com o hormônio artificial.

Não deixe de escrever para Bruno Toranzo, o autor do texto. Envie uma mensagem para brunovdpt@hotmail.com

1 comentários:

Natália T. Galera disse...

Não bastando a Monsanto ser uma gigante industrial, ela ainda precisa maltratar animais e colocar seres humanos em risco em busca de aumentar o consumo com o objetivo exclusivo de aumentar seu lucro. É um absurdo pensar no que tais corporações são capazes. É possível ver mais exemplos como esse em um grande documentário chamado “The Corporation”. Indico a todos para que fiquem atentos ao poder das corporações, pessoas jurídicas que em sua maior parte são desprovidas de valores morais e pouco penalizadas frente as suas ações na sociedade.