A 33 dias de Copenhague, governo brasileiro ainda não tem proposta
O país tem condições de mostrar ao mundo que crescimento econômico não depende necessariamente de emissão descontrolada de carbono.
Faltam pouco mais de 30 dias para o encontro de Copenhague. A capital da Dinamarca será a sede do que pode ser perfeitamente considerado um dos compromissos mais importantes da agenda internacional ao longo da história. Os países vão tentar chegar a um acordo a respeito do tão prejudicado meio ambiente, o que envolve redução das emissões dos gases-estufa e controle do desmatamento.
O governo brasileiro ainda não sabe qual proposta levará. Ontem, terça-feira, a reunião entre o presidente Lula e os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Carlos Minc (Meio Ambiente), Sérgio Rezende (Ciência e Tecnologia) e Celso Amorim (Relações Exteriores) não chegou a uma conclusão. O que está garantido, por enquanto, é o comprometimento em diminuir em 80% o desmatamento da Amazônia até 2020.
Como se sabe, a manutenção da mata faz com que o carbono fique retido no solo. Essa meta em relação à floresta Amazônica garante uma redução das emissões em 20% ou 580 milhões de toneladas de dióxido de carbono. Mas o Ministério do Meio Ambiente defende que o Brasil tem condições de dobrar esse número. O ministro Carlos Minc quer que o país reduza em 40% suas emissões até o ano de 2020.
O receio de parte do governo, com destaque para o Ministério da Ciência e Tecnologia e do próprio Itamaraty, é que o país se comprometa com um número considerado arrojado para uma economia emergente, sem que os desenvolvidos expressem a mesma preocupação.
A ideia da responsabilidade histórica culpa os ricos, como os Estados Unidos, Japão e União Europeia, pelos danos causados ao meio ambiente durante o processo de desenvolvimento, especialmente quanto ao aumento da temperatura terrestre. Assim, os americanos, japoneses e europeus, de acordo com essa maneira de pensar o aquecimento global, devem tomar a dianteira nos esforços para contornar a situação.
Ao mesmo tempo, o grupo em desenvolvimento, como Brasil, Índia e China, está lançando volumes crescentes de gases-estufa na atmosfera. Trata-se do mesmo percurso daqueles que poluíram lá atrás. Os Estados Unidos não participaram do Protocolo de Kyoto e não chegam a um consenso sobre o assunto, porque argumentam que os emergentes têm de assumir metas de redução. Os chineses e indianos são radicalmente contra o estabelecimento de uma política obrigatória de redução para aqueles que entraram somente agora em franco processo de crescimento.
A verdade é que as economias com grande potencial, o que inclui a nossa, deveriam se preocupar em deixar para trás essa relação entre carbono e desenvolvimento. Daqui a alguns dias, em solo dinamarquês, os representantes brasileiros precisam apresentar uma proposta que incite outros países a participar de verdade da luta pela manutenção da vida. Não se trata de limitar o desenvolvimento. Estamos, na verdade, inaugurando o ciclo da evolução econômica verde. Caso façamos isso, faremos justiça com a terra maravilhosa, repleta de belezas naturais, que temos o privilégio de gozar.
Converse com Bruno Toranzo, o autor do texto. Envie quantas mensagens desejar para brunovdpt@hotmail.com
O país tem condições de mostrar ao mundo que crescimento econômico não depende necessariamente de emissão descontrolada de carbono.
Faltam pouco mais de 30 dias para o encontro de Copenhague. A capital da Dinamarca será a sede do que pode ser perfeitamente considerado um dos compromissos mais importantes da agenda internacional ao longo da história. Os países vão tentar chegar a um acordo a respeito do tão prejudicado meio ambiente, o que envolve redução das emissões dos gases-estufa e controle do desmatamento.
O governo brasileiro ainda não sabe qual proposta levará. Ontem, terça-feira, a reunião entre o presidente Lula e os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Carlos Minc (Meio Ambiente), Sérgio Rezende (Ciência e Tecnologia) e Celso Amorim (Relações Exteriores) não chegou a uma conclusão. O que está garantido, por enquanto, é o comprometimento em diminuir em 80% o desmatamento da Amazônia até 2020.
Como se sabe, a manutenção da mata faz com que o carbono fique retido no solo. Essa meta em relação à floresta Amazônica garante uma redução das emissões em 20% ou 580 milhões de toneladas de dióxido de carbono. Mas o Ministério do Meio Ambiente defende que o Brasil tem condições de dobrar esse número. O ministro Carlos Minc quer que o país reduza em 40% suas emissões até o ano de 2020.
O receio de parte do governo, com destaque para o Ministério da Ciência e Tecnologia e do próprio Itamaraty, é que o país se comprometa com um número considerado arrojado para uma economia emergente, sem que os desenvolvidos expressem a mesma preocupação.
A ideia da responsabilidade histórica culpa os ricos, como os Estados Unidos, Japão e União Europeia, pelos danos causados ao meio ambiente durante o processo de desenvolvimento, especialmente quanto ao aumento da temperatura terrestre. Assim, os americanos, japoneses e europeus, de acordo com essa maneira de pensar o aquecimento global, devem tomar a dianteira nos esforços para contornar a situação.
Ao mesmo tempo, o grupo em desenvolvimento, como Brasil, Índia e China, está lançando volumes crescentes de gases-estufa na atmosfera. Trata-se do mesmo percurso daqueles que poluíram lá atrás. Os Estados Unidos não participaram do Protocolo de Kyoto e não chegam a um consenso sobre o assunto, porque argumentam que os emergentes têm de assumir metas de redução. Os chineses e indianos são radicalmente contra o estabelecimento de uma política obrigatória de redução para aqueles que entraram somente agora em franco processo de crescimento.
A verdade é que as economias com grande potencial, o que inclui a nossa, deveriam se preocupar em deixar para trás essa relação entre carbono e desenvolvimento. Daqui a alguns dias, em solo dinamarquês, os representantes brasileiros precisam apresentar uma proposta que incite outros países a participar de verdade da luta pela manutenção da vida. Não se trata de limitar o desenvolvimento. Estamos, na verdade, inaugurando o ciclo da evolução econômica verde. Caso façamos isso, faremos justiça com a terra maravilhosa, repleta de belezas naturais, que temos o privilégio de gozar.
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Bruno Toranzo, estudante de jornalismo da UMESP, sempre trabalhou com economia. Antes de estagiar na GloboNews, canal de notícias das Organizações Globo, passou pelo portal informativo InfoMoney, pela Revista Exame e pelo Jornal do SBT. Há alguns meses, está atrás de pautas que mostrem a viabilidade de uma nova economia, fundamentada no respeito ao ser humano e ao meio ambiente.
Carolina Vertematti está na reta final do curso de jornalismo da UMESP. Trabalhou por três anos como gerente de marketing da franquia de móveis Florense ABC até integrar a equipe de escutas do jornal Brasil Urgente da TV Bandeirantes, veículo que permaneceu por quatro meses. Desde janeiro de 2009, exerce a função de repórter da revista TITITI da editora Abril.
Cintia Roberta é estudante do último semestre de jornalismo da UMESP. Trabalha na Record News, primeiro canal de notícias na TV aberta brasileira, desde a estreia da emissora, há dois anos. No canal, já passou pelo hardnews e, atualmente, trabalha na produção de programas.
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